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Oficina de literatura POP na 60ª Feira do livro de Porto Alegre-RS

Eu e a cantora, compositora, jornalista e escritora Angélica Rizzi vamos apresentar (ou ministrar, como queiram) essa oficina na 60ª Feira do Livro de Porto Alegre. Além dos autores citados e suas obras, será num sentido mais abrangente uma tarde de celebração da cultura pop, com referência também a músicas, discos e filmes inspirados neste tipo de literatura, que alguns questionam como gênero, mas que é uma realidade palpável. Infelizmente o termo, o selo, a alcunha ‘pop’ se banalizou bastante com o passar dos anos, tem muito blogueiro que se acha escritor, mas não passa mesmo de um reles blogueiro. Tem até mesmo “fenômenos literários” neste país que não tem o menor constrangimento em dizer que não lêem livros (Mas também há de se culpar aqueles que os publicam e aqueles que compram), mas isso é apenas o lado negativo da coisa.

Nesta oficina do dia 15/11, eu e Angélica vamos falar da literatura pop tipo “biscoito fino”, aquela subversiva, underground, rock n´roll (não necessariamente vinculado à música rock, mas na atitude), forjada numa linguagem e num conteúdo que ousou e que continua atrevido nesses rápidos Anos 2000.  O “prato principal” da oficina são os outsiders Jack Kerouac, o rei dos beats, autor de ‘On the Road’ (obra que infelizmente quando foi finalmente adaptada pra sétima arte gerou um filme muito chato), Kerouac que era fã do melhor jazz e que odiou ser citado como um dos catalisadores da Era do Peace and Love, e que provavelmente se ainda estivesse por aí me alvejaria sem piedade se soubesse que o coloquei dentro da aba ‘pop’. Mas eu argumentaria que não passa de pura “licença poética”. Outro outsider iluminado que comentaremos é Caio Fernando Abreu, com sua escrita libertária e seus valiosos ‘insights’ e epifanias distribuídos em cartas, poesias, romances e contos. As obras ‘Morangos Mofados’ (livro recheado de referências pop) e ‘Onde Andará Dulce Veiga?’ (que na minha opinião também quando adaptado gerou um filme bem ruinzinho que não condiz com o brilhantismo da história). E claro vamos falar do grande legado que são as epístolas de Caio F. Outro nome de vulto a ser abordado em primeiro plano na oficina será o escritor japonês mais famoso no mundo que é Haruki Murakami. Antes de ler seus livros já gostei de sua biografia que inclui ter sido dono de um bar de jazz em Tóquio. Ele também é maratonista há muitos anos e foi bastante contestado por escrever romances ambientados no Japão e com personagens japoneses, mas com um olhar globalizado e ocidentalizado. Murakami rompeu com a estética formal da literatura japonesa. Também usa muitas referências pop em suas obras. Vamos falar de alguns títulos dele como ‘Após o anoitecer’ e “Minha querida Sputnik” e uma palhinha sobre 1Q84.
E também vamos falar sobre a escrita corajosa e embebida no verniz pop (leia-se alternativo, pra deixar bem claro) da escritora que começou como blogueira Clarah Averbuck de livros como ‘Máquina de Pimball’ e “Vida de gato”. Sua obra gerou um bom filme ‘Nome Próprio’ com a Leandra Leal como protagonista.
Além desse menu principal teremos também a Angélica Rizzi falando de seus livros que também bebem na cultura pop como “Clube dos Solitários” (uma série de contos apetitosos)  e “O Poeta Mais Velho do Mundo”, esse último um “road book” bem bacana e altamente indicado pra quem curte um livro a lá “On the Road” ou “Albatroz” de Joel Macedo. E também vamos falar desde o clássico e inesquecível “CardosoOnline” (mailzine que estimulou a liberdade literária e que revelou nomes hoje estabelecidos como Daniel Galera, Daniel Pellizzari e a já citada Clarah Averbuck e que foi uma febre entre os “alternas” e outros nem tanto da minha geração dos trinta e poucos anos). Ademais, estendendo o foco da oficina para também biografias como “Só Garotos” um relato lírico e biográfico da cantora e poeta Patti Smith e muchas outras bios pop como a de James Dean (um ícone absoluto deste universo) by Ives Salgues. Y por supuesto serão comentadas as obras precursoras da “literatura pop” como “O Apanhador no Campo de Centeio” de Salinger e outros nomes que podem ser inseridos neste segmento como o mestre Hunter S. Thompson (‘Medo e Delírio em Las Vegas’e ‘Hells Angels’, só pra ficar em dois títulos desse jornalista e escritor brilhante), o “velho safado” Charles Bukowski, Paulo Leminski, Marcelo Rubens Paiva, Ana Cristina César, Cacaso, os outros Beats como Ginsberg e Burroughs, Joe Fante e o que mais conseguirmos abordar no tempo da oficina. E o papo será numa linguagem coloquial, direta e principalmente dinâmica como os dias de hoje pedem. Tá aí o convite. Ficaremos muito felizes com a presença dos amigos. Abração! Valeu! Guto Villanova, um jornalista brasileiro.


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